Pergunta i(nde)(no)cente

Não haverá nada de importante para se discutir em Portugal?

É que o histerismo em torno da pergunta “uma mulher pode ou não obrigar um médico a matar o feto que tem na barriga se ainda não tiver 10 semanas?” já chateia.

Publicado por

Nuno Ferro

Nuno Ferro tem 38 anos, cresceu em Mafra e mais tarde mudou-se para Lisboa. Actualmente, trabalha na Sky como Reliability Manager.

4 comentários em “Pergunta i(nde)(no)cente”

  1. Parece-me que o senhor não está a par da pergunta do referendo.

    Por muito que os Senhores queiram, e até consigam, deturpar e baralhar as pessoas, o que de facto está em causa é a mulher e não o feto (já se pode chamar de feto? Talvez na sua sabedoria possa!).

    Deve uma mulher que já passa pelo drama de abortar, ser criminalizada?

    A amostra que temos de pessoas que, ludibriadas por Vossas Excelencias, não são capazes de chamar criminosas a essas mulheres, é significativa. Apesar de dizerem votar Não, pois não concordadm com o aborto. O que Suas Eminências não encaixam é que ninguem concorda com o aborto!

    Quanto à outra pergunta, se não há mais nada para discutir… bem, haver até há mas parece-me que este assunto é tanto ou mais importante do que outro qualquer. E essa pergunta de V. Exa. só pode ser justificada pela falta de argumentos e consequente pânico de ainda faltarem uns dias e já não saber que mais (baboseiras) dizer!

  2. Eu sabia que havia de vir aqui um qualquer iluminado esclarecer-me da minha ignorância, ainda assim tenho de agradecer.

    tinha dito neste espaço qual é a minha posição em relação a este tema, mas caso ainda não tenha percebido eu vou votar SIM.

    De resto a tom da sua resposta é amostra do histerismo que reina na discussão, tanto os defensores do Sim como do Não se julgam donos da moral e da verdade.

    E a verdade é que o que está em causa é a liberalização – e não a despenalização – do aborto até às 10 semanas, o que está em causa é a morte de um ser, e acima de tudo o que está em causa é que esse ser não apareceu ali sozinho. As pessoas têm de ser responsáveis pelos seus actos e todos nós sabemos que não são só os “acidentes” que levam ao aborto.

  3. Há muita coisa de importante para se discutir, sim. Mas de facto, há muito histerismo. O referendo é importante, mas não tanto como fazem crer, porque, indo ganhar o SIM (também já referi noutro lugar a minha posição, que não interessa agora), em última análise prevalecerá sempre a decisão do casal.

    Mas enquanto não passar o referendo, acho que toda a agenda política e social ficará refém da questão do aborto. Ora a mim, que já me conformei com a decisão (do povo?), entusiasmava-me muito mais novas abordagens para problemas mais antigos e, sim, mais urgentes. Nomeadamente, se é para juntar tudo no mesmo galho, questões sociais (parece que é uma grande bandeira ta,bém no referendo, ora junte-se).

    Mas que sei eu?

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