Valha-nos a tolerância da esquerda

A tolerância da esquerda é algo que nunca deixa de me surpreender, lá fora tivemos essa coisa maravilhosa para as classes que foi a União Soviética, vamos tendo a Cuba Libre e ainda temos a nacionalizada Venezuela (da Coreia não falo porque ninguém consegue saber o que se passa por lá).

Por cá, como já não podem incendiar as sedes do PSD e do CDS, vão tentando apagar a história…

Recebi hoje um e-mail de um tal de António Vilhena que me convidava a assinar uma petição contra um museu que querem construir em Santa Comba Dão, apenas assinei o e-mail de resposta que dizia “Que coisa mais ridícula!”. Mais tarde o Luís desafiou-me a colocar este tema a debate no meu blog, só aceitei porque ele consegue escrever mais num comentário do que eu numa semana inteira.

Apesar de alfacinha tenho família próxima em Santa Comba Dão e estes assuntos sempre foram tema de discussão com maior ou menor animosidade.

O museu que a autarquia quer construir no Vimieiro, nos arredores da cidade de Santa Comba Dão (e muito bem na minha modesta opinião também como eclético de esquerda que na minha ignorância me gosto de imaginar).

Parece-me evidente que tira partido precisamente dessas animosidades ligadas à terra onde o ditador nasceu utilizando-as para atrair turismo como nicho de puro e simples marketing. Lembro-me daquela indiscutível ilacção ética “não é possível haver bom marketing ao serviço de maus produtos ou de más ideias” (Luís Barbosa, Prefácio do “Mercator”).

Mas a ideia em causa aqui é o museu, não o fascismo ou a pessoa do ditador português. E um museu é mais do que um edifício, é um percurso, uma interpretação da história que evidentemente também nunca é genuinamente isenta.

E se tal fosse, como eu gostaria, alvo de um concurso de ideias e acabasse projectado por um arquitecto que até poderia ser, ao olhos da terra, do lugar, um non-believer de esquerda?

Luís Bigotte

Planeta Mafra

E antes de dormir uma nota rápida sobre o Planeta Mafra.

Temos dois novos bloggers, o Sérgio Agostinho, que ainda não encontrou inspiração para escrever mais, e o João Nobre, que finalmente decidiu aplicar a sua prosa num espaço seu.

E já agora, este ano o Planeta já regista mais de mil e setecentas visitas, cerca de metade do total, sendo que 63% são de visitantes recorrentes.

Os 11 dólares que rendeu, desde o início, em publicidade é que não servem de ajuda aos custos com o servidor, parece-me que ninguém tem interesse em clicar na publicidade que o Google escolhe para lá. Só me hei de preocupar com isso quando chegarmos aos 5000 visitantes por dia, até o Planeta Mafra não estorva os outros sites que suportam o servidor.