Bruxelas, dia 4

Manekken-Pis

Era domingo, e ao domingo é imoral sair da cama antes do meio-dia, pelo menos para mim. Acordei com as ideias turvas, é o que dá viver as pessoas muito mais intensamente do que os locais. Tinha fome e com o meu gorro “à sem-abrigo” decidi fazer-me à cidade, sozinho porque considero-me sempre a melhor companhia.
Eu gosto de deambular por ruas onde ninguém me conhece e o ambiente frio de Bruxelas é fantástico para isso. Foi neste dia que mais gostei da cidade, foi neste dia que a observei melhor, foi neste dia que a máquina passou mais tempo no bolso e mais imagens se me gravaram na memória.

Depois de ter passado pelo puto a mijar e não o ter visto, de ter voltado a trás e pensar “Ah, e isto é uma atracção turística?”, tive de me ligar ao mundo, já não estou habituado a informar-me pela televisão, nem sequer gosto, na Internet a informação que eu quero vem ter comigo e ainda pude escrever isto.

Perdi-me novamente pela cidade e decidi voltar ao hotel, em boa hora o fiz pois nessa tarde o Jorge e o Vasco proporcionaram-me uma tertúlia sobre política das mais agradáveis que me lembro de ter tido.

Uma noite memorável foi nascendo do nada e ainda deu direito a sessão de rap proporcionada pelo entregador de pizzas.

Este foi o melhor dia.

Publicado por

Nuno Ferro

Nuno Ferro tem 38 anos, cresceu em Mafra e mais tarde mudou-se para Lisboa. Actualmente, trabalha na Sky como Reliability Manager.

2 comentários em “Bruxelas, dia 4”

  1. Tenho pena de não ter ficado lá nessa noite mas vi os videos e de facto foi bem louca. O rap era dos bons hã pena não terem percebido nada lol. Nesse dia acabei por ir a um restaurante israelita (suponho) com o pessoal e acabar quase à chapada com os empregados que não paravam de ofender toda gente :p.

    Quanto ao puto, também tive uma desilusão daquelas, que coisa tão pequena, agora percebo porque está vedada, qualquer pessoa chegava ali e colocava-o no bolso. Quanto mais não vale a nossa Torre de Belém e até mesmo a estátua do Marquês de Pombal….enfim são as manias do estrangeiro é que é bom. 😉

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