Nunca mais é 11 de Fevereiro

Estou cansado de toda esta discussão em torno do referendo sobre a liberalização do aborto! Eu vou votar sim mas já não tenho paciência para aturar metade do país armado em histéricos da liberdade e a outra em falsos moralistas.

A minha posição é simples: não se faz moral por decreto, o acto de abortar não é condicionado por ser legal ou não mas sim pela decisão da mulher e nessa decisão pesa a moral de quem a toma.

Claro que não concordo com a liberalização nos termos em que a querem fazer, entendo que a mulher deveria ter uma ou duas consultas obrigatórias com especialistas que lhe explicassem que existem alternativas melhores – a participação do pai seria importante nessas consultas, afinal foram precisos dois para dançar o tango – e assim a decisão final teria a garantia de ser a mais informada, sendo sempre da mulher.

Olhando para a pergunta mentirosa, como Marcelo Rebelo de Sousa lhe chama e bem, a minha resposta teria de ser não mas como não estou para aturar novamente os histéricos do sim daqui oito anos vou ajudar para que isto fique já despachado.

Já o Eng.º Sócrates agradecia que o 11 de Fevereiro demorasse a chegar, é que assim os jornalistas andavam entretidos com estas coisa acessória em vez de lhe perguntarem sobre os ordenados de certos administradores da CP, por exemplo.

Pergunto-me se os histéricos do sim têm consciência de que um aborto é a maior prova de falta de responsabilidade de um casal?

Publicado por

Nuno Ferro

Nuno Ferro tem 38 anos, cresceu em Mafra e mais tarde mudou-se para Lisboa. Actualmente, trabalha na Sky como Reliability Manager.

Um comentário em “Nunca mais é 11 de Fevereiro”

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